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Touch Screen - sensibilidade a telas ou "Um toque"

14/11/2012 12:17

Resolvo ir ao cinema outro dia. Só para variar. Sento-me lá no centro em relação à tela, mais para o fundo; meu lugar predileto. As luzes se apagam, as pessoas vão se acomodando, fazendo silêncio. Gosto particularmente desse ritual de passagem.

Depois daquela baboseira animada de faça isso, mas não faça aquilo, as primeiras imagens que interessam vão entrando pela tela, ouvidos.

Vou relaxando, começando minha viagem particular, deixando de ser eu mesmo, interpretando, seduzido, hipnotizado, imerso.

O som é espetacular, um pouco alto demais, a trama começa bem, cativa.

De repente a tela gigantesca desaparece e fica reduzida a cinco polegadas, nove, sete. Uma contagem não linear que me rouba o transe e pipoca (não é aquela) aleatóriamente . Estou na plateia de novo. Será o lanterninha? Ora, isso não existe mais. Com certeza é a tecnologia portátil. É o vibrador excitando. Quem será? Novidade no face.

- Amiga, agora não dá. Tô curtindo Robert Pattinson - estreia.

Perdemos o diálogo, eu e a moça. Vou voltar. Gosto de sangue na boca.

Mas o filme não desenvolve mais. A plateia interage - interagimos - e não posso evitar a fatalidade da atração; perco a concentração. O sujeito ao lado acaba de fechar um negócio - penso que eu também poderia fechar o negócio dele com um celular. Estou irritado.

Duas horas depois sei a localização exata de todos que não se importam com as baboseiras animadas. Mas não pergunte minha opinião sobre o filme. Vou postar aqui, depois de assistir na minha intocável telinha de vinte polegadas.

por Shang