A outra Terra

A única fragilidade deste filme, é o título. Mesmo assim recorri à sinopse porque sofro de um certo magnetismo por hipóteses.

Rhoda - não por acaso - provoca um desequilíbrio que vai mudar a vida de algumas pessoas e dela. O que ela precisa fazer agora, não é diferente de tudo que tentamos quando nos sentimos inconformados com o papel que o destino nos atribui. O mérito de suas escolhas, negado até então, virá ou não, por sua capacidade de juntar os estilhaços. Mas ela descobre, diferente de nós, que há um reflexo possível de si mesma, capaz de se apaixonar pelo que nos enlouquece.

Há dois momentos de intensa introspecção no filme. Mágicos. De pura e ingênua reflexão. Você pode se esquecer do filme, mas em seu subconsciente, referências eventuais vão contextualizar o que lhe pareceu passivo.

O roteiro é perfeito, descubro isso quando acredito na mentira. Brit Marling nos traz pelas mãos, com muita doçura, para a alma de sua personagem. Sofremos, amamos, aprendemos a soletrar "perdão".

Se por fim, não soubermos o que perguntar a nós mesmos, ficarmos sem palavras, ainda poderemos dizer:

- Melhor sorte, da próxima vez!