O Céu Que Nos Protege

Costumo ler por aí; "este filme não é para qualquer um". É verdade; nada é para qualquer um, então por que seria diferente quando se trata de cinema? Uma história pode ser boa ou ruim dependendo da forma como foi contada, do seu gosto pessoal por este ou aquele gênero, ou simplesmente pela forma como seu estado de espírito vai afetá-la.

Talvez por isso eu tenha visto este filme algumas vezes em ocasiões diferentes. Se não foi por essa razão, pode ser sido pela bela fotografia de uma África rústica e primitiva. Quem sabe terá sido pela música que fica nos meus ouvidos durante dias, remexendo sentimentos. Mas há um drama, um conflito de amor que fere profundamente a alma, e que eu preciso sentir cada vez que participo, que me entrego a ele.

Há também uma mulher doce, linda, inconclusiva - Debra Winger - que se pode perder, e para ela; o desafio de renascer depois de soterrar-se.

Jonh Malkovich interpreta a mim mesmo. Sou eu quem procura longe de mim o que perdi, onde nunca estive. Sou eu que entre angústia e sofrimento, deito-me com essa mulher sob o céu e derramo minhas lágrimas sobre a terra prometida.

Haverá alguma redenção? Tento descobrir cada vez que retorno.

Um filme que eu não coloco nos pratos da balança, porque não procuro o equilíbrio com ele. Prefiro entregar-me a esta gangorra, como um menino alucinado com aqueles extremos a que ele me leva.